2.13.2011

Não sei, não sei...

Não sei se há Acordo no Egi(p)to, se o Acordo tem força para lhe amputar o puto do pê, se o Acordo, ao não admitir as coisas como estavam, com pê, não terá contribuído para a Revolução do Egito. Também não sei se o Acordo é da direita e terá agora de sofrer a desfeita de admitir que afinal sempre existem bem vivas certas velharias como «revolução» e «poder da rua» e «luta». Não sei até se, por uma sucessão satânica de realidades e factos, o Acordo não terá de admitir, com muita mágoa e vergonha, que às tantas também existe «luta de classes» e «exploração», que os sindicatos afinal ainda não acabaram, que o Vasco Pulido Valente, mesmo que soubesse pensar, não podia pensar por todos, que afinal o terrorista não era o Lénin mas o irmão dele, que o Fidel Castro não foi um robot fabricado numa fábrica dos Urais, que os mercados estão muito saudáveis mas também podem adoecer e foder-se, que os direitos adquiridos também se perdem mas depois recuperam-se.
Não sei, só sei que o Acordo tem uma bota espinhosa para descalçar: como vai conciliar o Egito com o respectivo adjectivo? Como vai chamar ao natural do Egito? Egício?

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