6.03.2011

A Guarda Branca

Mikhail Bulgákov termina o seu romance com a chegada dos bolcheviques à Cidade. A Cidade é Kíev, mãe de todas as cidades russas. Durante a guerra civil (que coincidiu com o fim da Primeira Grande Guerra), a Cidade esteve nas mãos dos alemães, dos franceses, dos bandidos (Petliura), de outros bandidos (um caudilho qualquer, o ataman Qualquer Coisa, apoiado pelos alemães e pelos "brancos", que por sua vez se apoiavam ou se desamparavam entre si). No meio disto tudo, todos devastavam o que havia para devastar - era a guerra. Os Brancos eram nobres, movia-os a honra, de maneira que gostavam de toda a gente menos dos bolcheviques e dos judeus, e devastavam onde podiam com honra. Além da honra fidalga que os impelia, tudo lhes era indiferente, até a derrota anunciada, menos o Lar. Mas o Lar deles excluía a izbá sobrelotada, fria e faminta, a que depois veio a apoiar os bolcheviques. É a história, sem honra nem moral.
Se acreditas no voto, vota.
Se não acreditas, abstém-te (metade dos portugueses já o fazem).
Se votas Branco, acreditas e não acreditas. O voto da guarda branca é mesmo nulo. Nem sequer prejudica por aí além os bolcheviques.
Então vota num dos conjuntos do sistema equacional em causa. Mas nunca, nunca votes nas sondagens. Votar pelas sondagens é para atrasados mentais.

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