5.03.2012

O Grito


O quadro O Grito, de Edvard Munch, ultrapassou o valor de Cristiano Ronaldo no mercado de Nova York (96 milhões contra 94 de CR7). Já tinham ficado para trás Picasso, Braque, Maradona, Kaká e tantos outros.
Segue-se uma breve reflexão sobre o rapaz das barracas CR7, orgulho nacional, ontem mesmo coroado rei da Liga Espanhola que, já à frente da Liga Hanseática, é a melhor do mundo.
Se Cristiano saiu da barraca aos 12 anos para entrar nos pupilos do exército do Sporting, onde muito chorou, Messi saiu da barraca com a mesma idade para entrar no seminário do Barcelona, onde muito chorou e onde se fez um belo seminarista sonso e calado, arrebentador de balizas até ao pichichi, mas sempre de mãos erguidas e sem ofender ninguém. Já Ronaldo é todo ele franqueza e emoção mas muito carinhoso para a família em primeiro lugar, grande arrebenta de balizas e que se foda o pichichi, "já tenho dois lá no armário da barraca". Já Mourinho, o classe média alta e orgulho nacional, todo ele franqueza, valentia e defensor de causas nobres (a que chamam arrogância e susceptível de multas da UEFA) é o contrário de Guardiola, o classe média alta catalão, padreca viperino que joga muito com o silêncio (ah, estes padres!) e com a boa educação comme il faut, arrebentou no último momento ao despedir-se e ao felicitar o R. Madrid comme il faut, dizendo que ganhou justo mas que ficaram muitas coisas escondidas por detrás de "nuestro silencio". Lá se estalou o verniz da sotaina lustrosa.

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