2.06.2013

Anna Karénina

Na minha ânsia de me pôr de bem com o mundo e com certo passado que já mandara para o balde da reciclagem, como se fosse morrer de gripe e tivesse de me despedir do bom e do mau, fiz uns telefonemas, mandei uns mails, paguei umas dívidas e, também por motivos de gripe, reli Anna Karénina. Estava a preparar-me para falar aqui da misoginia do romance, e talvez não da do conde Tolstói seu autor, quando (mas isto é só para quem leu o livro ou viu o filme) deparo com esta boutade da condessa Sófia sua esposa dirigida ao marido: "Tu és o Lióvin [e não Lévin na tradução portuguesa] com diferenças: ele não é poeta e é um chato". É uma curiosidade sem significado para quem vai morrer de gripe, mas talvez faça sorrir o leitor volúvel. E outra, que logo depois encontrei em Anna Akhmátova: "Se ele é misógino? Não foi por acaso que enfiou Anna karénina debaixo das rodas de um comboio".

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