9.04.2010

A Casa do Medo

Não a Casa propriamente, mas o processo.
Prólogo: se Catalina Pestana conhecesse, crítica e juridicamente, o processo, arredava-se já do alto da hierarquia de uma opinião pública (porque opiniões públicas há duas) e isso seria bom para ela, uma boa senhora, e para todos.

Houve condenações pesadas e as opiniões públicas, a que agora rejubila porque obteve uma vitória contundente, e a que amua ou se indigna porque sofreu uma imerecida derrota, não vão remeter-se ao defeso e esperam já pela segunda volta (os recursos). É esta a melhor hipótese da justiça possível num Estado de direito. Desengane-se então a opinião pública dominante, triunfante, rejubilante e acrítica(Catalina+Namora+jornais+televisões+Bagão Félix por exemplo+vítimas+pessoas de bem+bom povo) pensando que o torneio está ganho. "Os recursos são apenas sobre matéria de direito, não vão alterar nada" (Catalina e Namora), além disso os tribunais de instâncias superiores nem sempre "tomaram a medida justa [...] Paulo Pedroso" (Catalina na televisão!!) A verdade é que os recursos também são sobre matéria de facto, minha senhora.

Há também o histórico de que agora já não se fala muito mas que a minha pequena opinião pública não esquece: o juiz Teixeira a invadir hollywoodescamente (protegido pela lei) a Assembleia da República para prender um deputado; um inspector (ou director?) da Judiciária, de que não lembro o nome, obrigado a demitir-se porque foi apanhado a passar informações sobre o caso a um jornal (ou televisão?) que alimentava a opinião pública dominante; as várias manipulações e campanhas; a vertente política do caso, que levou à queda de Ferro Rodrigues e de toda a ala esquerda do PS...

O medo: "Estou assustado", diz Carlos Cruz. Por ele, mas também porque qualquer um pode vir a cair nisto, disse ele.

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