1.04.2011

Cadernos da Casa Morta

Se este senhor Dostoievski tem livros maus, que tem, este não é um deles. Relemo-lo com prazer e com... horror, o que é sintomático. Para Tolstói, que tratava este escriba do alto da burra, este livro é "o melhor da literatura moderna" que lhe passou pelas unhas. Para o velho dizer isto...
Agora a crítica, à portuguesa: O livro, de seu título original Zapísski iz Miórtvogo doma contém 285 páginas e apesar de não ter preço custa a módica quantia de, iniciando-se pela Introdução que fala de uma cidadezinha da Sibéria bem provida de "chefes de polícia, fiscais e toda a restante função pública subalterna. Em geral, na Sibéria, apesar do frio, o serviço é bem quentinho." E mais adiante: "As meninas florescem como rosas e têm uma moral muitíssimo alta. A caça voa pelas ruas e esbarra, ela própria, no caçador. Bebe-se quantidades antinaturais de champanhe. O caviar é um espanto."
A Casa Morta não é isto, não esqueçamos que Dost. iniciava quase sempre as suas coisas com um toque de ironia contrastante. Um dia destes voltamos cá.

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