4.16.2011

Em defesa de Fernando Nobre

É conhecido no meio como Fernando “Vai a Todas” Nobre, mas injuriam-no assim por inveja, ou talvez por brincadeira amistosa, mas corrosiva, tão comum entre a juventude suburbana de Rio de Mouro e Massamá. Fernando Nobre, em boa verdade, nasceu para mandar, é genético, é hereditário, e isso ninguém lho pode negar. Ao pé dele, Passos Coelho é um moço de forcados, um rabejador valente, admita-se, mas nada mais; Cavaco Silva não passa de um gasolineiro que nunca trabalhou nas bombas; ao pé dele, Manuel “O Pardal-Sabe-se-Lá-Porquê” Alegre, não passa de um couteiro, de um matilheiro de voz grossa que só percebe de cães; Sócrates, fino como um alho, admita-se, é o rapazito esperto e persistente a quem deram emprego no governo; quanto a Jaime Gama, é republicano, como toda a gente sabe, e dorminhoco como um laico na missa. Almeida Santos, o “Velho”, é contra as drogas. Pois bem, e o que tem feito Fernando Nobre até agora, apenas por sacrifício em prol de Portugal, diga-se? Papéis secundários, o último dos quais foi roubar votos ao Manuel Alegre para consolidar a liderança de Aníbal, o “Virtual” (na altura, a consigna era: “nunca se sabe”). Desta vez, o “Vai a Todas” (digo-o por brincadeira carinhosa) disse basta. Já se sabe como as coisas se passaram: a família toda reunida, “queres Lisboa e não se fala mais disso?” – “Pode ser”, mas já com uma estratégia alternativa secreta na manga: “Ou isto é uma República e passareis para cá também a Assembleia, ou vou-me oferecer à coligação PCP-BE/BE-PCP que facilmente fará de mim rei da esquerda.”

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